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A influência da autoimagem no sucesso pessoal e profissional

A influência da autoimagem no sucesso pessoal e profissional

Vive-se um momento em que a imagem fala muito mais do que as palavras, significando que o sentido da visão está refinado, treinado para a estática do belo e faz da média um meio de propagação eficiente e eficaz para que todos sigam os mesmos padrões estáticos, independente da cultura, da sociedade e da conjuntura histórica. Configura-se num movimento dialético entre o EU e a IMAGEM, assim sendo, há um desejo em corresponder ao esperado e significa pensar sobre: Qual informação a ser passada? Qual a imagem a se transmitir? A quem se deseja alcançar? O que se comunica através da imagem? Como obter reconhecimento? Estas questões perpassam aos vários momentos do cotidiano do homem contemporâneo.

Para tanto, deve-se compreender que, para o homem estar bem, significa sentir-se seguro, ter consciência de suas potencialidades, dos seus limites, dos pontos favoráveis e desfavoráveis de sua personalidade, do seu eu, e, acima de tudo, à conhecer-se, é ter autoestima. No que se refere é autoestima, na acepção da palavra, trata-se de gostar de si mesmo, valorizar-se e, a partir desses sentimentos a pessoa constrói uma percepção de si positiva ou negativa, sendo resultantes das relações que o constituem e das marcas que estas deixaram na sua essência, no seu comportamento e, por conseguinte, na imagem que tem de si mesmo.

Considerando que dependem dos afazeres, dos papéis assumidos, tanto nas relações afetivas como profissionais e sociais, cada um deve encontrar a sua maneira de ser e encontrar seu estilo, a fim de conceber uma imagem de sucesso e demonstrar para o cliente, para colegas de profissão, para a família e amigos, enfim, para as pessoas envolvidas no contexto de suas relações. Assim, reafirmando sua autenticidade através da busca pela estática voltada para o sucesso que, os faz seguir algumas orientações padronizadas, mas sem perder de vista sua individualidade, particularidade e diversidade.

Numa visão antropológica fenomenológica, Sartre (1970, p. 242) escreve que só  homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência; o homem não é mais que o que ele faz. Neste aspecto, o homem é o único responsável pelo seu destino, pela sua autonomia, pela sua capacidade de gerar e criar-recriar situações e condições de construir-se como referencial na relação para com o outro e, consequentemente, daí a possibilidade de formatar o seu sucesso. Sartre (1970) refere-se ao homem como um projeto existente no fazer-se que ora se apresenta como sujeito-ambíguo e contraditório, ora como sujeito-racional e sistemático que vá o mundo sob a mesma ética, neste caso, a estática do eu-imagem para conquistar o eu-sucesso.

Nesta perspectiva, o ser humano se faz através de suas escolhas, de sua personalidade e, sobretudo, de sua essência que para existir é precedida pela existência. Portanto, a experiência, a ação subsidia o ser-estático, ou seja, a autoimagem. Para que, haja a liberdade para realizar estas escolhas, para homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que são depois se define SARTRE (1970, p. 242). Desta forma, a identidade estática somente acontece depois das múltiplas possibilidades vivenciadas pelo homem, para que possa, assim, constituir-se como um ser estático. O que não significa estar preso a valores do pensamento social vigente, a uma estática fugaz, efêmera.

Entretanto, não se pode negar que a humanidade está intrinsecamente ligada às normas que atrelam o sucesso a imagem, ao vestirem-se dentro certos padrões pensados, elaborados e determinados por uma indústria do estilo. Este deve e pode ser questionado e criticado. Nesta busca incessante pelo sucesso cabe uma reflexão sobre a identidade do ser, o homem que é visto pela forma, somente pelo views da imagem, causando o seu aprisionamento. Libertar-se desta prisão, significa empoderar de si mesmo, ter um autoconhecimento que proporciona o reconhecimento da sua autoimagem, considerando suas experiências anteriores, para que, realmente, defina um estilo próprio, assim, a pessoa torna-se um ser singular, A?nico e capaz de atuar, ser protagonista de sua história tendo como resultante o sucesso, exigência da sociedade.

A imagem reflete a subjetividade, a emotividade, a afetividade que envolve o ser humano, sendo social tem a necessidade imperiosa de pertencer a um grupo e de ser aceito, essa energia o faz buscar o contato com o outro, num movimento constante, a fim de tornar-se reconhecido. Esse desejo funda-se no amor próprio, pois há uma necessidade premente de que o outro o valorize, que demonstre estima, através das diversas manifestações de apreço, constituindo a autoestima. Sendo esta a força motriz para a perseverança pelo caminho árduo do sucesso, pois leva o indivíduo a elevar ou diminuir a motivação para atingir um status profissional e determinar sua marca, sua autoimagem. Torna-se imprescindível desenvolver o sentimento de autoconfiança e reconhecimento para sentir-se útil e influente no ambiente profissional.

Corroborando com estão ideia, Slivnik (2012, p.102) refere-se à auto-confiança como fator fundamental para o desenvolvimento da excelência profissional;

O que pensamos ser, o que podemos ser, o que podemos ou não, éo que nos leva ao sucesso ou nos derruba, levando ao fracasso. EntA?o, pode-se afirmar que a auto-confiança leva ao indivíduo atingir suas metas e conquistar a credibilidade dos outros, bem como, constitui um dos pilares da autoestima.

Persaud (2005) afirma que a legítima autoconfiança é resultante das atitudes que o homem tem em relação. às metas, objetivos e propósitos que estipula para si mesmo, independentemente, dos obstáculos que a vida lhe impõe, com determinação irá transpô-los. A autoconfiança traduz em seu conceito a segurança no próprio reconhecimento pessoal, a crença na sua capacidade espontânea e criativa e no que pode realizar. Sabendo que, muitas vezes, o esforçao pode gerar resultados insatisfatórios, mas que a busca pela excelância permite a realização e o êxito do ato proposto.

A autoconfiança leva ao sucesso, mas pela preparação que leva à autoconfiança. A preparação se dá por meio das experiências vividas e bem aproveitadas. A autoconfiança depende muito das crenças que a pessoa tem de si e sobre o mundo, bem como da importância que ela dá aos outros. Por isso, você ganha forças, coragem e confiança a cada experiência que você enfrenta seus medos. O que significa que muito importante estar sempre pronto para fazer exatamente aquilo que você pensa que não consegue. (SLIVINIK, 2012, p. 103)

A necessidade humana de sucesso é considerada a mola propulsora da personalidade e da conduta, tendo em vista que os limites das potencialidades, da ação individual e do percurso a ser trilhado, bem como, determina a forma, os valores e o fazer. – O desenvolvimento de uma autoimagem adequada e realista, sem pruridos fantasiosos, imbuirá o indivíduo de capacidades novas, de talentos até então obscurecidos, e transformará o que até então havia sido falha e erro-a (SANTOS, 2015).

Na área da Psicologia, se observa é que existem personalidades marcantes, voltadas para o sucesso, são pessoas alegres, exitosas em suas experiências, destemidas, ou seja, são pessoas com personalidade positiva. Deve-se refletir sobre um ponto relevante, há que se ter um equilíbrio entre a personalidade positiva e negativa, voltada para a tristeza, derrota e fracasso, pois são complementares e dão o sentido real da situação, permite a concepção de dados de realidade, necessários para o sucesso.

O êxito em nossas experiências nos ensina a nos conduzir bem, ela forma uma memória de sucessos ou fracassos que nos conduz com eficiência. A memória de sucesso ou fracasso atua como uma informação e nos dá a autoconfiança ou a insegurança. (SANTOS, 2015).

Em suma, percebe-se que a autoimagem é composta por um conjunto das percepções, conhecimento e reconhecimento, condutas, atitudes, personalidade, entre outros aspectos que constituem o ser humano. Sendo que, é através das experiências vividas e das marcas indeléveis, determinaram o modus vivendi de cada um, a forma de encarar e superar as barreiras impostas, como, também, conquistar os objetivos, com vistas ao sucesso. Todas as pessoas buscam o sucesso profissional, buscam estabilidade e carreiras promissoras que lhes proporcione uma vida segura, saudável e confortável. Mas, para que isso aconteça é necessário ter planejamento, perseverança, constância, tenacidade, disciplina e motivação são as atitudes e os cuidados para consigo mesmo, com a imagem que impactam no objetivo final, o sucesso. A autoimagem, por conseguinte, passa por transformações de acordo com as experiências de vida do individuo, assim pode-se afirmar que os sentimentos de autoconfiança, segurança, coragem, equilíbrio estão intrinsecamente ligados ao significado do que é vivido e, também, processo inerente ao aprendizado intelectual.

Referências Bibliográficas

CASTRO, V.M. O ser emocional: vencendo barreiras e buscando qualidade de vida no trabalho e na família. Rio de Janeiro, Ediouro, 1998.

MELO, N.V. A escolha de si como escolha do outro: liberdade alteridade em Sartre. Recife, INSAF, 2003.

OLBRZYMEK, M.R. O despertar da inteireza: recriando o ser, o saber e o fazer. Blumenau, Editora da ASSELVI/Nova Letra, 2001.

PERSAUD, R. The motivated mind. Bantan Press, 2005.

SANTOS, O. F. A Psicologia da autoimagem. A�http://somostodosum.ig.com.br/clube/artigos.asp?id=21146

SARTRE, J.P. La��existencialisme est um humanisme. Paris, Ed. Nagel, 1970.

SLIVINIK, A. O poder da atitude: como empresas com profissionais extraordinários encanto e transformam clientes em fãs. Sã Paulo: Editora Gente, 2012.

SHINYASHIKI, R. A cardícia essencial: Psicologia do afeto. São Paulo, Editora Gente, 1985.

VISCOTT, D. Liberdade emocional: deixando o passado para viver o presente. São Paulo, Summus, 1998.


Carla Dornelles1

Carla Dornelles da Silva

Mestre em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará. Professora das seguintes disciplinas: Psicologia do Desenvolvimento e Psicologia da Aprendizagem na Faculdade do Vale do Jaguaribe (FVJ). Participa do Grupo de Pesquisa em Avaliação em Educação (GPAGE) FACED-UFC. Especialista em Psicopedagogia Institucional (ASSELVE-SC) e em Psicologia da Família numa Abordagem Sisêmica (UNIFOR-CE). Graduação em Psicologia pela Pontifácia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1993). Consultora em RH e T&D pela LDuran – Treinamentos e Consultoria Organizacional. Contato: carlads.carla@yahoo.com.br

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