Criatividade e inovação em tempos de crise
Em tempos de crise econômica, a saída passa pela criatividade. Por conseguinte, deve-se apostar na inovação, na diversidade para superar as dificuldades emergentes do momento e do mercado, que trazem consigo queda de receita e aumento de custos. Para equalizar a situação não basta desligar funcionários, essa atitude deve ser a Última opnião a ser considerada.
Estudiosos da área orientam a planejar estratégias para sobrepujar o período de baixa nos negócios, tornando-se necessário repensar os custos, listando e analisando se o que realmente pode ser cortado fará a diferença. Este é o momento de fazer um ajuste de custos, tornar as finanças enxutas e realizar uma projeção para o futuro, permitindo-se a fluidez das ideias e ter uma postura altiva e otimista frente aos obstáculos.
Segundo José Junior (2015), em momentos de crise, torna-se fundamental, buscar o máximo de eficácia por meio do famoso é pensar fora da caixinha. Para tanto, enfatiza as seguintes características que podem ajudar a sair do momento de crise: criatividade, flexibilidade, eficácia, liderança, vendas, política de custos inteligentes e envolvimento de todo o pessoal no processo de superação.
O brasileiro não é um inovador na acepção da palavra, porque suas ideias transformadas em ação, não alteram estruturas e nem processos. Entretanto, ele desenvolveu uma criatividade adaptativa, o que muitos denominam jogo de cintura ou o famoso jeitinho diante dos percá-los e dificuldades decorrentes de fatores econômicos. Assim sendo, boas ideias, quer sejam inovadoras, quer sejam criativas são de suma importância em tempos difíceis. Contudo, a imaginação pode ser bloqueada pelo stress e pela falta de perspectiva resultantes da crise (RADJOU, 2012).
Sob outra perspectiva, Robert Kiyosaky (2011), ressalta que os ricos são ricos porque enxergam oportunidades onde ninguém mais consegue vê-las. Parte do seguinte princípio: quando o empreendedor consegue ser e se ver como ponto fora da curva, no momento de crise. Isto significa que, ao fugir do desânimo que, de forma geral, assola a grande maioria da população, alguns, ao superarem as dificuldades, são como Fênix, isto é, ressurgem das cinzas, neste caso, da crise da economia. São os novos ricos. E para isso, é necessário ser muito criativo, sendo fundamental que haja um forte investimento pessoal, depositando energia numa ideia e desenvolvendo um novo produto, exigindo muito mais transpiração do que poderia supor a grande maioria.
No cotidiano, percebe-se que as pessoas deixam-se dominar pelo desespero inerente é situação e, acima de tudo, o medo de não acertar as impedem de visualizar a solução, ou melhor, as possíveis soluções para saírem do buraco negro da crise. Superar a crise, nem sempre é fácil ou simples, mas, de qualquer maneira, mudar é preciso. Entretanto, muitos empreendedores acreditam na máxima que time que está ganhando não se mexem e, portanto, acreditam que passarão incólumes pela crise. Ledo engano, pois tempos difíceis exigem uma tomada de decisão. Para tanto, a turbulência característica deste momento deve promover um questionamento profundo sobre o seu conhecimento e seu domínio sobre a sua gestão e sobre seu negócio.
Surgem, então, algumas perguntas, tais como: por onde começar esse processo de mudanças. Bem, em primeiro lugar repensar e reavaliar o seu plano de negócios e, se por acaso não tiver um, fazer um planejamento estratégico. Para isso, torna-se fundamental conhecer a real situação de sua empresa, a fim de definir as metas de curto, médio e longo prazo e fazer uma projeção do futuro. Outra questão que emerge, diz respeito os seus objetivos neste contexto de crise. Qual o diferencial de seu empreendimento? Estas respostas constituirão suas metas de curto e médio prazo de seu plano de ação.
Assim sendo, nos momentos de crise podem-se observar quatro possibilidades de superação:
- Evite o desânimo, o seu e daqueles que fazem parte do seu circulo de relacionamento
Em momentos de crise, a maioria das pessoas deixa-se contaminar pela falta de vontade, desânimo e pela alta de perspectiva, cabe nestes momentos, buscar motivação. É preciso lutar para não deixar-se envolver pelo descredito e desesperança – É o momento de criar possibilidades, bem como, dar credibilidade, novamente, ao seu empreendimento. São atitudes para mantê-lo motivado, animado, tente estar com pessoas otimistas, que acreditam no poder do trabalho. Também, é importante investir em lazer e alimentar o seu ânimo com pequenos prazeres cotidianos. Estar em família, fortalecer os vínculos à condição sine qua non para reestabelecer e equilibrar as energias, tornando-se a força propulsora para superar a crise econômica.
- Movimentar-se, às vezes, é o melhor remédio
Esta dica é válida para todas as épocas, até quando há estabilidade, mas de extrema valia para os momentos de dificuldades. Quando seus pensamentos passam a se repetir, ficando embotados, mude. É a hora de sair, dar um passeio, e se isso não lhe for permitido mude somente de lugar. Esta ação ajuda a recompor o pensamento e criar novas possibilidades de soluções. Permite o relaxamento dos másculos, movimentar o corpo ajuda a descontaminar o raciocíonio impregnado.
- Analise sua atividade com distanciamento
FazerA�benchmarking é importante, mas é crucial observar o mercado, averiguar as práticas de outros setores para inspirar novas ideias. Acreditar que a multidisciplinaridade é a chave para inovação, para a retomada para o crescimento. Discuta com pessoas que trabalham em outros setores da economia, a fim de saber quais os problemas que as afligem e quais as soluções que encontraram. Procurar referência fora de seu nicho de mercado pode transformar-se num impulso riquíssimo para a criatividade, principalmente, se suas ideias tiverem se esgotado.
- Estabeleça trabalho colaborativo
A cada dia mais, torna-se fundamental estabelecer parcerias, buscar ajuda de seus pares de trabalho, de mercado, pois nem sempre se tem as respostas para tudo. Sabe-se que, em muitos casos, a criatividade tem sua origem na ação em rede, nos espaços colaborativos. Parte de uma conversa informal para a execução formal. No filme a Fábrica de Sonhos é cuja fábrica de sapatos passava por uma crise financeira – quem sugeriu soluções eficazes foi uma funcionária. Logo, muitas vezes, a arte imita a vida, escutar aos colaboradores pode ser à saída do problema.
É o momento, discorreu-se sobre o que fazer durante a crise, contudo, torna-se imprescindível abordar sobre o que não fazer, pois, muitas vezes, é melhor ponderar do que se precipitar na ação e prejudicar a empresa. Ao deparar-se com o saldo devedor aumentando progressivamente, é preciso ter cautela e observar algumas decisões a serem evitadas, tais como:
- Não solicite empréstimo
Essa orientação parece óbvia, mas no cotidiano é o recurso mais procurado pelas pessoas para saldar dúvidas antigas, gerando novas dúvidas e, assim, sucessivamente, transformando o saldo devedor numa bola de neve. Isto acontece porque o devedor se sente pressionado e ameaçado com a situação e o que ele mais deseja é tempo para resolver a situação. Este é um comportamento arriscado, pois, provavelmente, somente aumentará o seu saldo devedor.
- Adapte-se ao momento
A maior dificuldade das pessoas é adaptar-se ao momento de crise, abdicar do padrão de vida que levam. Porém, diminuir as despesas exige um esforço bastante grande, requerendo uma conscientização de que o seu padrão de vida deve mudar para poder superar a crise financeira. A ordem é adequar os gastos é nova situação. Diminuir os gastos pessoais é fundamental. Caso estas ações não sejam suficientes, se possível venda algum imóvel e mude-se para um menor para poder recomeçar sem dúvidas.
- Fale com os credores
Converse com os credores, fugir não é o melhor negócio. Quando um credor entrar em contato atenda, explique a situação, negocie, busque a melhor forma de pagamento, pois a maioria das empresas prefere manter seus clientes a perdê-los e, até mesmo, aceitam receber o pagamento em parcelas. Caso o credor seja rude e o coloque em situação vexatória, busque um advogado, pois você está amparado pelo Código de Defesa do Consumidor.
- Negociar é a palavra de ordem
Como sua dúvida deve ser paga, procure, por conseguinte, fazer e apresentar ao seu credor um plano de pagamento de dúvidas. Aguarde as contrapropostas e busque um acordo satisfatório para as duas partes. Mesmo que você tenha o dinheiro para saldar, espere para analisar o que eles lhe oferecem, pois a proposta pode superar suas expectativas. Entretanto, analisar a situação é o melhor caminho, buscando soluções que não comprometam seus rendimentos. Mas, se algum credor, oferecer uma boa redução de juros, não desperdice a oportunidade, pague à vista.
Cabe ressaltar que, enfrentar a crise de maneira positiva, resultará certamente em mudança. A forma como irá enfrentá-la é que irá determinar o futuro, tanto do seu empreendimento, quanto o seu próprio. Observe que o futuro é construído pelas escolhas sucessivas que se faz no decorrer da vida pessoal e profissional, bem como, da empresa.
Assim sendo, para superar a crise, ter uma atitude proativa, investir nas ideias, na criatividade e, consequentemente, nas pessoas é a melhor saída. Para Koestler (1905-1983) a criatividade é um tipo de processo de aprendizagem em que o professor e o aluno se encontram no mesmo indivíduo, isso quer dizer que, para aguçar a criatividade, o profissional tem que ser um eterno aprendiz, buscando sempre obter conhecimento e informação.
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Referências BibliogrA?ficas
ANGASLO, E. B. Como sair da crise. In Revista PEGN. Editora: Globo, 2015.
KIYOSAKI, R. et All. Negócio do século XXI. Editora: Elsevier Técnico, 2011.
KOUZES,M.J. & POSNER, B.Z.A� Credibilidade. Rio de Janeiro: Campus, 1994.
RADJOU, N. A inovação do improviso: por que menos é mais na construção de riquezas e resultados. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
SLIVINIK, A. O poder da atitude. São Paulo: Gente Editora, 2012.
WILLIAMS, R.L. Preciso saber se estou indo bem! Uma história sobre a importância de dar e receber feedback. Rio de Janeiro: sextante, 2006.
Internet
KOESTLER, A. Citações. http://www.citador.pt/frases/a-criatividade-e-um-tipo-de-processo-de-aprendiza-arthur-koestler-14265.
JOSÉ Junior: http://studiofiscal.jusbrasil.com.br/artigos/137355449/criatividade-em-tempos-de-crise (2015)
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Carla Dornelles da Silva
Mestre em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará. Professora das seguintes disciplinas: Psicologia do Desenvolvimento e Psicologia da Aprendizagem na Faculdade do Vale do Jaguaribe (FVJ). Participa do Grupo de Pesquisa em Avaliação em Educação (GPAGE) FACED-UFC. Especialista em Psicopedagogia Institucional (ASSELVE-SC) e em Psicologia da Família numa Abordagem Sistêmica (UNIFOR-CE). Graduação em Psicologia pela Pontifácia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1993). Consultora em RH e T&D pela LDuran – Treinamentos e Consultoria Organizacional. Contato: carlads.carla@yahoo.com.br